"Em emergência médica, o tempo de resposta é um factor determinante no prognóstico da vítima. Existem, inclusive, documentos que atestam para um agravamento do estado clínico das vítimas, durante a chamada “hora de ponta” nas grandes cidades. No American Journal of Emergency Medicine, foi publicada uma colaboração do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) que retrata a importância dos motociclos de emergência na emergência pré-hospitalar.
Muitos outros países possuem motociclos como meios de emergência pré-hospitalar, mas poucos são os trabalhos publicados que retratam a vantagem inegável desta viatura que tem, como principal razão da sua existência, a agilidade no trânsito citadino. Esta colaboração, da autoria dos Médicos Luís Manuel Cunha Ribeiro, Miguel Soares de Oliveira, Paula Egipto e da Enfermeira Isabel Costa, reflecte a actuação do motociclo de emergência a operar na cidade do Porto, com uma população residente de 1.5000.000, entre Julho de 2004 e Dezembro de 2005.
Neste período de 17 meses, analisaram-se dados como o número de activações, o motivo do pedido de socorro, a idade das vítimas, o sexo, a necessidade de outros meios de emergência no local (para além do motociclo de emergência), o tempo de chegada e se foi o primeiro a chegar ao local de ocorrência.
Os números indicam que foi o motociclo de emergência do Porto accionado por 1972 vezes, para uma maioria de vítimas do sexo masculino (51%), com uma média etária de 48 anos de idade. Os pedidos de socorro tiveram, maioritariamente, origem em doença súbita, trauma, intoxicações e suporte a outros meios no local. As principais acções consistiram na oxigenoterapia, imobilização, controle de hemorragias e Desfibrilhação Automática Externa.
Das 1972 activações, em 1217 dos casos confirmou-se a existência de dois ou mais meios de emergência e, nestes, por 767 vezes, foi o motociclo de emergência o primeiro a chegar ao local. Ou seja, em 63% das ocorrências, este veículo logrou chegar ao local em primeiro lugar, praticando um tempo médio de 4,4 minutos.
Também, do total de 1972 activações, em 18% dos casos (355 vezes) não houve necessidade de transporte ao Hospital. Os motivos: a pedido da própria vítima (63%), chamada falsa (11%), óbito (6%) e decisão médica (3%).
Accionados para situações de emergência, estes veículos estão equipados com sirenes, rotativos luminosos, rádio, telemóvel, equipamento de protecção para o tripulante, sendo o veículo capaz de transportar o material necessário de Suporte Básico de Vida (SBV), permitindo a adopção de medidas iniciais, estabilizando a vítima até que estejam reunidas as condições para um eventual transporte.
Concluindo, o motociclo na emergência pré-hospitalar, nos grandes centros urbanos e nas horas de trânsito intenso, vem revelar uma resposta eficaz em tempo reduzido em relação a outros meios, mantendo sempre a qualidade do serviço. Assim, sugere-se a sua inclusão noutras cidades, noutros serviços de emergência médica, sobretudo nos casos de risco de vida imediato, em que tempo de espera é crucial e em situações em que a necessidade de transporte não é provável, mas a prestação de socorro é necessária. "
in American Journal of Emergency, Miguel Oliveira, M.D.
1 comentário:
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