Padroeira

Nossa Senhora do Bom Despacho

Caminhada Noturna



Uma descida espectacular, do alto do Trevim até à Lousã.
A partida é junto à antena do Senhor Mendes e o final junto à Nave de Exposições.
Começa-se à altitude de 1200 metros e desce-se até aos 165 metros.
O total são 9,5 km´s (a descer!). Pelo meio há bucha, no final há ceia.

É dia 20 de Junho, à noite.

Team GOTA, vamos?

Fantasbloco

Os três filmes que aqui se apresentam fazem parte dos tempos de antena do Bloco de Esquerda. “Fantasbloco” é uma série de histórias “de tirar o sono”, como avisa na apresentação o actor António Capelo. Precariedade, saúde pública e Tratado de Lisboa são os temas destes 3 filmes, a cargo de uma equipa de jovens autores que colaboram gratuitamente com o Bloco de Esquerda. Com realização a cargo de Manuel Pureza, produção de Bruno Cabral, fotografia de Vasco Viana e montagem de João Salaviza - recente vencedor da Palma de Ouro de Cannes com a curta-metragem “Arena”.




daqui

E Por Falar...

Em jornalismo de CÓLIDADE:


Clica na imagem e vê o sublinhado

And now for something completely different

Saltitão & Tira-Linhas na sauna

Este "jornaleiro" não fuma mais brocas!


Este post não pretende discutir nem a marcha global da marijuana, nem sequer como ela é vista pela imprensa. Apenas pego num exemplo extremo para destacar algum jornalismo que se faz por aí. Leia-se esta notícia da LUSA (com atenção ao que está a bold):

“Lisboa, 09 Mai (Lusa) - Perto de 300 pessoas marcharam hoje em Lisboa, ao som do reggae e em ambiente de festa, na Marcha Global da Marijuana, em defesa da legalização das drogas leves.
A concentração, iniciada no Largo do Rato pelas 16:00, começou com animação e dança, ao som de trompetes, saxofones, tambores e trombones, com os apoiantes empunhando tarjas com inscrições a pedir a legalização da cannabis.
A Marcha seguiu pela rua da Escola Politécnica, passando pela Praça do Príncipe Real até ao destino final no miradouro do Adamastor, onde se prevê que a festa continue pela noite dentro.
A Marcha Global da Marijuana 2009 (que já vai na quarta edição) decorre hoje em 232 cidades do mundo, entre elas Lisboa, Porto e Coimbra, com o objectivo de pedir a regulamentação, legalização e consequente descriminalização do consumo das drogas leves.
Segundo disse à Lusa Pedro Pombeiro, da organização, esta marcha tem como objectivo a legalização e regulamentação da cannabis para todas as suas utilizações, a descriminalização total do consumo por adultos e o encorajamento do estudo e pesquisa do potencial benéfico da planta “Cannabis Sativa L” para uso “industrial, social, recreativo e medicinal”.”

A bold, as informações que estão erradas. Praticamente todas. Não eram 300 pessoas (eram bastante mais, mas pronto, isto ainda está no domínio do erro aceitável). Por causa da chuva, o som não funcionou. Por isso não houve música: nem reggae, nem outra. A concentração não começou no Rato, mas no Jardim das Amoreiras. Não começou às 16.00, mas às 15.30. Não houve nem animação, nem dança. Não havia um único saxofone, tambor, trombone ou qualquer outro instrumento musical. O percurso, vá lá, está certo. A marcha decorreu em 263 e não em 232 cidades (número do ano anterior). Naquele dia, aconteceu em Lisboa, Coimbra e Braga. No Porto tinha acontecido no fim-de-semana anterior. Não houve nem nunca esteve prevista nenhuma festa “pela noite dentro”. A marcha não defendia a “descriminalização do consumo das drogas leves”, porque o consumo de drogas leves não está criminalizado em Portugal. Por fim, a organização da marcha garante que o seu porta-voz não prestou qualquer declaração à LUSA.

É obra conseguir fazer uma notícia com tantas informações e não ter praticamente nenhuma certa. Das duas uma: ou o jornalista não esteve lá e usou a notícia do ano anterior (o mais provável) ou entrou no espírito da coisa, fumou demasiada ganza e perdeu a noção da realidade (o mais compreensível). - Daniel Oliveira

Boca


A boca,

onde o fogo
de um verão
muito antigo

cintila,

a boca espera

(que pode uma boca
esperar
senão outra boca?)

espera o ardor
do vento
para ser ave,

e cantar.

Eugénio de Andrade

O prometido é devido

Quem se preocupa com quem?

Muito curioso o site onde Durão Barroso responde às perguntas dos europeus. Tem versões em 6 línguas.
Um português obterá respostas se fizer as perguntas… em inglês ou em polaco, mas não na sua própria língua.

É caso para perguntar:
Se ele não se preocupa connosco - tem no bolso CDS, PSD e PS - porque nos havemos nós de preocupar com ele?

Tempo

«O tempo é o lenço de toda a lágrima.»
"Venenos de Deus, Remédios do Diabo" (Mia Couto)

Proposta


A pedido do CerealKiller, aqui fica a minha proposta para o símbolo do GOTA. Mantenho as cores e o lettering. Acrescento a serpente que a "roubei" do Bordão de Asclépio.

Vasco Granja (1925-2009)


Vasco Granja no Herman Enciclopédia, 1998

Vasco Granja, divulgador de banda desenhada e do cinema de animação em Portugal, morreu esta madrugada em Cascais. Tinha 83 anos.

Autodidacta e com múltiplos interesses culturais ao longo da sua vida, Vasco Granja nasceu em Campo de Ourique (Lisboa) a 10 de Julho de 1925. Começou a trabalhar, ainda muito novo, nos antigos Grandes Armazéns do Chiado, e depois ao balcão da Tabacaria Travassos, na baixa lisboeta, que consideraria, anos mais tarde, a sua universidade. O seu interesse pelo cinema surge na adolescência e aos 16 anos chegaria a ser admitido como segundo assistente de fotografia no filme “A Noiva do Brasil”, de Santos Neves.

No início da década de 50 envolve-se no movimento cineclubista, tendo desempenhado funções directivas no Cine-Clube Imagem. Granja foi preso pela primeira vez pela polícia política do Estado Novo em Novembro de 1954, quando militava clandestinamente no PCP. Esteve preso sem julgamento seis meses e quando foi libertado voltou às suas actividades cineclubísticas e à divulgação cultural na imprensa. Datam de 1958 os seus primeiros artigos sobre o cinema de animação, nomeadamente na sequência da descoberta dos filmes experimentais do canadiano Norman McLaren.

No início da década de 60 arranja trabalho na Livraria Bertrand, onde se manteve até à reforma.
É preso de novo em 1963, julgado e condenado a 18 meses de prisão. Quando foi libertado, em 1965, Vasco Granja retoma a sua actividade cultural, com artigos nos “media” sobre cinema e literatura.
O seu nome é habitualmente associado à divulgação da banda desenhada em Portugal. O termo “banda desenhada” é, aliás, utilizado pela primeira vez por Granja num artigo publicado pelo “Diário Popular” em 19 de Novembro de 1966.

Integra a equipa fundadora da revista francesa de crítica e ensaio de banda desenhada “Phénix”, nos anos 60 e participa regularmente no Salone Internazionale dei Comics, em Lucca (Itália), o mais importante encontro do género nos anos 70.

Em Portugal, a sua actividade de divulgação da banda desenhada intensifica-se a partir do aparecimento da edição portuguesa da revista “Tintin”, em Junho de 1968, onde escrevia e traduzia artigo, além de ter a responsabilidade da secção de cartas aos leitores. Foi director da segunda série da revista “Spirou” (edição portuguesa) e coordenador da edição de banda desenhada da Bertrand. Animou o “Quadrinhos”, um dos primeiros fanzines surgidos em Portugal, em 1972. Esteve ligado à fundação da primeira livraria especializada de BD em Lisboa, O Mundo da Banda Desenhada, em 1978.

Em 1974 e 1975 integra o júri do Salão Internacional de BD de Angoulême. Depois de 25 de Abril de 1974, Vasco Granja mantém um programa regular sobre cinema de animação na RTP, que teve mais de 1000 emissões e divulgou sistematicamente as grandes escolas internacionais do género. Estava reformado desde 1990.



Foram muitas as manhãs que passei frente ao televisor. Horas a fio, num preto e branco de muitas cores! Vasco Granja é nome da minha infância. Lembro-me particularmente de um menino que tinha um lápis mágico, tudo o que desenhava tornava-se real. Aqui fica um episódio na sua versão original, polaca: Zaczarowany Olowek.

Mariscada II

Playing for change again

Acção

Adam Berg é um realizador sueco que se tem notabilizado por realizar, essencialmente, filmes publicitários e videoclips musicais. O último trabalho de Adam Berg tem dado muito que falar porque é um prodígio visual que dura uns estonteantes dois minutos e dezanove segundos. A partir das inovadoras "imagens suspensas" revelados no primeiro filme da trilogia "Matrix", Adam Berg encena uma espectacular sequência de assalto a um hospital em que a acção (explosões, tiros, quedas, estilhaços...) está completamente congelada no tempo e parece envolver o espectador num contexto de tridimensionalidade. O filme é claramente inspirado em "Dark Knight" mas sem o Batman nem o Joker. Só lá estão os polícias num tremendo tiroteio com assaltantes vestidos de palhaços medonhos.
Com produção da Stink Digital e filmado num único e brilhante plano-sequência, esta pequena jóia visual pretende ser a publicidade ao televisor 22:9 "Carousel" da Philips. É publicidade, sim, mas é também pura magia visual que ficará para a história da cultura das imagens contemporâneas.
Ao contrário do que se possa pensar, a cena foi filmada com actores de carne e osso (sempre imóveis ou suspensos no ar com cabos de aço) e a manipulação digital foi apenas utilizada para retoques com as balas e o fogo. O resultado é fascinante e merece ser visto com boa resolução
aqui.
Para quem quiser saber mais pormenores sobre como foi criado este filme, pode ver
aqui uma abordagem ao "making of".