Pequena Dor
Vi isto algures e gostei... Precisava partilhar... Faço-o com voçês.
Há músicas que têm de ser ouvidas.
Para bem do peito.
E de quem lá vive.
Chama-se "Pequena Dor", de Rui Veloso.
"a tua pequena dor
quase nem sequer te dói
é só um ligeiro ardor
que não mata mas que mói
é uma dor pequenina
quase como se não fosse
é como uma tangerina
tem um sumo agridoce
de onde vem essa dor
se a causa não se vê
se não é por desamor
então é uma dor de quê?
não exponhas essa dor
é preciosa é só tua
não a mostres tem pudor
é o lado oculto da lua
não é vicío nem custume
deve ser inquietação
não há nada que a arrume
dentro do teu coração
talvez seja a dor do ser
só a sente quem a tem
ou será a dor de ver
a dor de ir mais além?
certo é ser a dor de quem
não se dá por satisfeito
não a mates guarda bem
guardada no fundo do peito."
Publicado por
Pedrinho Do Call-Back
@
14.12.06
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2 comentários:
Meu Querido Amigo:
Mário de Sá-Carneiro escrevia assim, a 5 de Maio de 1913, em Paris:
Só de ouro falso os meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha'alma desceu veladamente.
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como Ontem, para mim, Hoje é distância.
Já não estremeço em face do segredo;
Nada me aloira já, nada me aterra:
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de medo!
Sou estrela ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar...
Sempre Camarada
e as tuas palavras fizeram-me ir à procura d'isto:
Dizem que finjo ou minto
Tudo o que escrevo. Não.
Eu simplesmente sinto
Com a imaginação.
Não uso o coração.
Tudo o que sonho ou passo,
O que me falha ou finda,
É como que um terraço
Sobre outra coisa ainda.
Essa coisa é que é linda.
Por isso escrevo em meio
Do que não está ao pé,
Livre do meu enleio,
Sério do que não é.
Sentir? Sinta quem lê!
Fernando Pessoa
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