"INEM" para animais marinhos

Uma espécie de Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM) para animais marinhos em perigo está a partir de hoje disponível pela Internet e agendas digitais, para informar o Zoomarine de acontecimentos envolvendo estas espécies em tempo útil.

Um tubarão frade que esteja junto à costa em apuros, uma baleia perdida ou um golfinho preso numa rede são ocorrências que podem ser comunicadas desde hoje para o Zoomarine a partir de qualquer ponto de Portugal, através do sítio na Internet www.algarvemobile.com ou por PDA: http://pda.algarvemobile.com e desta forma dar uma segunda oportunidade de vida ao animal em risco.
Pela Internet, mas também através de um PDA, executando apenas "seis passos", é possível comunicar em tempo-recorde ao Zoomarine que há um animal marinho morto, doente ou em perigo numa praia qualquer do país.
Quando a "informação sistematizada cair no Zoomarine é accionada uma forma de salvamento" ou então a informação é enviada para a Polícia Marítima que tomará conta do caso, explicou o biólogo marinho do Zoomarine, Élio Vicente, explicando que este novo método é um complemento aos canais de emergência existentes em Portugal, nomeadamente da Rede Abrigo que funciona 24 horas por dia através do telemóvel 968849101.
O utilizador do PDA que queira pedir ajuda ao "INEM" para animais só precisa de escolher no menu o tipo de animal marinho, o concelho onde se encontra o animal e a praia e o estado clínico.
A pessoa identifica-se com nome e telemóvel e envia a informação pelo PDA, explicou à Lusa João Oliveira, responsável pelo projecto Algarve Mobile, adiantando que no futuro o objectivo é alargar o espectro de ajudas a todos os animais, sejam domésticos ou selvagens, vivam em terra ou no mar.
A sinergia visa a disponibilização de um método, eficaz e completo de comunicação de situações de espécimes marinhos em perigo, assim como contribuição para o registo de incidentes com espécimes arrojados mortos, indica Élio Vicente.
Segundo o biólogo marinho, "80 por cento dos animais marinhos vivos que dão à costa portuguesa conseguem ser ajudados, mas este sistema vai também permitir que sejam recolhidos animais mortos e se identifiquem locais ou infecto-contagiosos".
"Deve também haver informação sobre os animais que se encontrem mortos", alerta Élio Vicente, assegurando que tal informação permite saber que áreas estão infectadas e fazer mapas e previsões futuras.
O objectivo é "toque a toque no PDA ou num qualquer computador ligado à Internet, qualquer cidadão tornar-se parte da equipa que apoia os animais em risco, ajudando a equipa do porto de abrigo do Zoomarine", sugere o especialista em animais marinhos, observando que Portugal ainda não é o melhor exemplo de ajuda de animais.
Dentro de algum tempo será também possível comunicar incidentes sobre todo o tipo de animais, desde aves a répteis e mamíferos, e depois notificar as entidades responsáveis por cada sector, como a Sociedade Portuguesa de Animais, entidade mais dedicada a ajudar cães e gatos.

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