O Parlamento português aprovou, na sexta-feira, um voto do Partido Popular congratulando-se com a canonização de Nuno Álvares Pereira. Não está em causa a canonização, que a Igreja Católica pode muito bem escolher os santos que entenda, mas que o Parlamento de um país laico, e onde supostamente existe o princípio de separação do Estado e da Igreja, assuma uma posição oficial sobre um assunto interno a uma confissão religiosa. Mais curioso ainda. Que entenda por bem reconhecer a cura milagrosa das lesões do olho esquerdo da Dona Guilhermina de Jesus, sofridas pelos salpicos ferventes do óleo de fritar o peixe, para a qual invocou a intercepção de Álvares Pereira.
A “esquerda moderna”, a tal que já foi republicana e laica, votou a favor, ao lado do PP e PSD. O Bloco foi o único que votou contra, numa votação que contou ainda com a abstenção do PCP.
Pedro Sales @ Arrastão
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