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Bombeiros criam empresa de transporte de doentes

Uma central telefónica, na sede da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra (FBDC), na Estrada da Beira, n.º 111, receberá os pedidos de transporte de doentes que serão encaminhados para as corporações de bombeiros. Este sistema, que funcionará 24 sobre 24 horas, fará nascer uma empresa privada de transporte de doentes.

A ideia começou a ser discutida há dois meses, para fazer face aos custos, sobretudo do aumento do preço dos combustíveis. Assim, a Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra em breve criará uma empresa privada de transporte de doentes, por forma a minorar as dificuldades por que estão a passar as associações humanitárias. Segundo Jaime Soares, presidente da federação, trata-se de um projecto de "transporte hospitalar e inter-hospitalar de doentes, com ambulâncias de bombeiros", sem que isso implique o socorro de emergência.

Poderão integrar a futura empresa as 21 associações de bombeiros voluntários do distrito, bem como as três corporações profissionais existentes (Municipais da Lousã, Municipais da Figueira da Foz e Sapadores de Coimbra). "Não queremos pôr em causa a estrutura do INEM, mas os bombeiros sabem melhor onde estão os doentes, muito melhor que os GPS das ambulâncias do INEM", garantiu ao DN, Jaime Soares, não especificando ainda a tipologia da futura empresa - "poderá ser uma fundação ou uma cooperativa", explicou.

O actual presidente dos bombeiros de Vila Nova de Poiares lamenta que os ministérios da Saúde e da Administração Interna "paguem um preço exíguo por quilómetro, porque com o encerramento dos serviços públicos de saúde em vários pontos do país, somos obrigados a fazer muitos mais quilómetros".

Por isso, sem falar em preços, Jaime Soares assume ao DN que esta "é a melhor fórmula de receber o pagamento pelos serviços prestados, porque os bombeiros ficam sempre a arder com o dinheiro, pois jamais deixarão alguém a morrer na valeta". E assevera: "A empresa vai entrar no mercado concorrencial, com transporte de doentes de grande qualidade, mas quem requisitar tem de pagar", refere.

Como ganhará esta empresa à concorrência? "Com custos mais baratos face aos praticados no mercado, porque temos muita gente dos bombeiros a trabalhar gratuitamente", assegura.


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